quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Eu acredito é na rapaziada ...

Já não é de hoje que percebo que a ausência de boas músicas e, principalmente, de bons letristas afeta a qualidade sonora de nosso imenso "Brasilzão de meu Deus". Se fosse apenas eu - um reles mortal que tem por hobby arranhar alguns acordes no violão - que percebesse a grande falta de composições de qualidade "para animar a festa", tudo estaria em ordem. Porém, a elite que se diz intelectual e também, por incrível que pareça, a mídia estão sentindo que alguma coisa está errada.
Uma coisa que tomo por referência que a mídia está se sentindo incomodada são pelas músicas-tema das últimas novelas das 20hs da Globo. Vamos começar da mais recente, Duas Caras, para a mais antiga, Páginas da Vida (até porque eu detesto novela e não sei a ordem cronológica delas até Pedra sobre pedra, rsrs). A música que abre a novela Duas Caras (novembro de 2007), como tudo o mundo sabe, por mais que não a assista - ela sempre toca no mesmo horário em alguma televisão próxima de você -, é E Vamos à Luta, de Gonzaguinha. Até então tudo certo. Um grande compositor e exímio letrista ter uma música como tema de uma novela de grande alcance como a das 20hs é mais do que normal e esperado. Tudo seria perfeito se a música não fosse datada de 1980!!! POR QUE CARGAS D'ÁGUA BOTAR UMA MÚSICA DE 28 ANOS ATRÁS PARA ABRIR A NOVELA?!?!?! A música, claro, tem seu mérito: percorreu quase três décadas porque de fato é de qualidade e merece o seu status. Mas a questão não é essa. Cadê as bandas contemporâneas???? Cadê os grandes poetas fazendo trabalhos novos e originais com grandes compositores???? Pois, bem. Mais uma. A novela anterior a essa foi Paraíso Tropical (março de 2007). Sua música foi Sábado em Copacabana, de Dorival Caymmi. Novamente, muito bem, ótima escolha. Seria perfeito se a música não tivesse longos e dourados 52 anos!!! Séra que ninguém, nesse curto período, não conseguiu escrever nenhuma outra música que retratasse de maneira satisfatória o calçadão, as mulheres e a praia mais conhecidos do Brasil?!?! OK, mais uma. A antecessora a essa novela foi Páginas da Vida (julho de 2006). Sua música foi Wave, do maestro Jobim. Maravilha! Um instrumental que beira a perfeição. De quantos anos atrás? 41. Pois é. Mais uma vez me pergunto cá com meus indignados botões: cadê os novos compositores, letristas e arranjadores?
Bom, de certa forma até entendo que ficaria um pouco complicado e incômodo ter como música-tema algo que diz Chiclete pra grudar no seu ouvido / Chiclete pra tocar no coração, ou ainda Eu vou pro baile procurar o meu negão / Vou subir no palco ao som do tamborzão e assim continua ... O Brasil precisa urgentemente de novos compositores e poetas. Todos sabem que eles não são duendes e aparecem apenas quando alguém utiliza algum tipo de entorpecente. Eles existem!!! De fato!!! Acredite!!! Mas o que eles precisam é de um pouco mais de atenção do público que realmente sente falta de algo de qualidade e de exposição na malvada e interesseira mídia para sair do underground e animar as nossas festas. Quem sabe um dia, talvez, até eu me sente de frente para tv para assistir alguma novela porque a música me chamou atenção? Eu acredito na rapaziada.

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Já que estou falando de qualidade músical, queria mudar um pouco de cenário.
Ah!, o carnaval. A festa maior do povo brasileiro. Sofrido, amargurado, que rala um ano inteiro pensando naqueles quatro dias de festa profana. Pois, bem. As escolas de samba têm um histórico de levarem ao sambódromo temas complexos e superinteressantes sobre história, lendas, grandes personagens, política, sorvete ... SORVETE??? É verdade. Nesse carnaval as escolas de samba do Tucuruvi e Águia de Ouro, ambas de São Paulo, resolveram falar de sorverte.
Bom, acho que não preciso fazer nenhum comentário. Vou apenas colcar um trecho dos sambas enredo desses ilustríssimas G.R.E.S:

Tucuruvi: Delícia chinesa/ Do Oriente essa iguaria se espalhou / Entre povos e culturas / Neve e mel com frutas, têm valor.

Águia de Ouro: Vem sentir um frescor / Que é de arrepiar / Simples toque de magia / Que vai te refrescar / Que maravilha!

Que maravilha ...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quem inventa as anedotas?

Estava eu a ler o livro "Comédias para se ler na escola" do Luis Fernando Veríssimo, quando vi essa crônica que eu achei muito interessante... Depois dela eu realmente percebi que nunca conheci ninguém que tenha inventado uma anedota. Leiam ai:

Anedotas
Luis Fernando Veríssimo
Comédias para se ler na escola

Um dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação
da anedota se compara ao enigma da criação da matéria. Em todas as teorias
conhecidas sobre a evolução do universo sempre se chega a um ponto em
que a única explicação possível é a da geração espontânea. Do nada surge
alguma coisa. As anedotas também nasceriam assim, já prontas,
aparentemente autogeradas. Você não conhece ninguém que tenha inventado
uma anedota. Ou, pelo menos, uma boa anedota. Os que contam uma anedota
sempre a ouviram de outro, que ouviu de outro, que ouviu de outro, que não
se lembra onde a ouviu. Se anedota fosse crime, sua repressão seria
dificílima. Prenderiam os viciados e os traficantes, a arraia-miúda, mas
jamais chegariam ao capo, ao distribuidor, ao verdadeiro culpado.
- Prendemos o Joca ("Sabem a última?") da Silva. Ele estava passando uma
anedota e...
- Imbecis! Não era para prender.
- Mas, delegado. Ele estava de posse de dezenas de anedotas de primeira
qualidade. Algumas novíssimas...
- Era para segui-lo e descobrir seu fornecedor. Mais uma pista perdida...
Os humoristas profissionais não fazem anedotas. Inventam piadas, frases,
cenas, histórias, mas as anedotas que correm o país não são deles. São de
autores desconhecidos mas nem por isto menos competentes. Uma anedota
geralmente tem o rigor formal de um teorema. Exposição, desenvolvimento,
desenlace. Claro que variam de acordo com quem conta. Grande parte do
sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta. A anedota é uma
continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia histórias
antes do livro. Anedota impressa deixa de ser anedota. Existem contadores
eméritos. E casos pungentes de grandes contadores que, com o tempo, vão
perdendo a habilidade, até chegarem ao supremo vexame de, um dia,
esquecerem o fim da anedota.
- Aí o anãozinho pega o desentupidor de pia e...
- Sim?
- E... e... Como é mesmo? Já me vem...
- Não!
Pior do que isto é o contrário. O contador decadente que passa a só se
lembrar do fim das anedotas.
- Como é mesmo aquela? Termina com o homem dizendo pro índio "fica
com o escalpo mas me devolve a peruca". Puxa...
Há quem diga que todas as anedotas são variações sobre dez situações
básicas, que existem há séculos. Deus, depois de dar a Moisés a tábua com os
Dez Mandamentos, o teria chamado de volta e dito:
- E esta e a das anedotas...
Seja como for, a anedota é a grande manifestação da inventividade popular,
da inteligência clandestina que mantém vivo o espírito crítico, mesmo
quando tentam reprimi-lo.
Quem quiser saber o que pensavam os brasileiros dos seus líderes desde o
primeiro Pedro deve procurar nas anedotas, não na história oficial. Contam
que na Rússia, certa vez, Stalin decidiu formar um ministério da anedota,
para substituir as anedotas que o povo andava espalhando por sua conta.
Vários ministros tentaram mas não conseguiram produzir anedotas que
agradassem ao povo, e foram mandados para a Sibéria. Até que um ministro
acertou e fez uma série de anedotas, todas contra Stalin, que tiveram grande
aceitação popular. O ministro foi condecorado e escapou de ser mandado
para a Sibéria por ter fracassado. Foi mandado para a Sibéria por fazer
anedotas sobre o Stalin. E o ministério acabou logo, por falta de pessoal
capacitado.
Dizem que, eventualmente, um computador bem programado poderá
escrever teses e romances. Mas duvido que algum computador, algum dia,
possa fazer uma anedota. As instruções seriam claras. Local: uma cela de
prisão no Brasil. Personagens: os responsáveis pelos escândalos das
privatizações, do Sivam, do Proer, do Daer e da Caixa Dois reunidos. Tarefa:
criar uma história curta, com final surpreendente, que faça rir. O computador
provavelmente responderia:
- Tarefa impossível. Situação improvável.



Já que estamos falando de anedotas, vou colocar um vídeo de um dos meus humoristas favoritos, o Bruno Mazzeo, fazendo um quadro onde ele é um viciado em contar piadas. Divirtam-se =D

Valeu galera, até a próxima


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Just the beggining...

Bom, fiquei horas e horas pensando em qual seria o assunto mais adequado para se iniciar os trabalhos de um blog, qual seria o tema mais apropriado para essa situação. Pensei, Pensei e Pensei. Cheguei a uma conclusão de que o melhor tema para se lançar um blog na web é - no meu ponto de vista - o próprio blog e nós seus criadores.
Pra começar, o nosso blog tem a intenção de trazer notícias aliadas a opiniões, mas também trazer idéias, conceitos, falar de música, livros, cinema e tv. Ou seja, o blog tratará do cotidiano, tentando trazer o mundo que nos cerca para dentro do nosso portal de informações (talvez seja pretensão demais colocar o mundo em um blog, mas temos que pensar grande hehehe).
Agora que já conhecem um pouco do que vamos fazer aqui, é a hora de nos apresentarmos:

Meu nome é Vitor Costa, tenho 19 anos, sou carioca e estou cursando o 5º período Publicidade e Propaganda na FACHA. No momento sou vagabundo profissional, já tentei ser músico, mas a tentativa foi frustrada.

Meu grande amigo que escreverá comigo é o gatunão Daniel Peralta, de 20 ano, também carioca e está cursando o 4º período de Publicidade e Propaganda na PUC-Rio (aquela mesmo do Tropa de Elite). Bom, nos posts dele vocês o conheceram um pouco melhor.

Então é isso galera, sejam bem-vindos ao Ágora.